” Eu sei que é em acima da hora… Mas aceitas?”
🙂 Algo novo… Oportunidades de crescer, de conhecer coisas e pessoas novas…Quiçá mais dinheiro e mais tempo com a família…
Além disto o que mais te passa pela cabeça?
Conheces, de certezinha, uma voz que vem logo em nosso “auxílio” momentos antes de arriscarmos ou aceitarmos um novo desafio, correcto?
O discurso dela não varia muito: entre o “Olha que tu não vais conseguir!” e o “Não és capaz de fazer isso!“, “Vai toda a gente rir-se de ti e humilhar-te!”…. E, claro, não passa sem dar sempre o mesmo conselho: “o melhor é não ires/fazeres/arriscares!” Conheces? 😉
Há 3 coisas muito importantes que precisas de saber acerca desta voz:
1. Ela foi criada por ti e não é voz da verdade! Está dentro da tua cabeça e foi-se criando a partir de críticas e julgamentos que fizeste ou te fizeram durante a tua vida toda! E imagina, isso pode estar tudo errado ou mal avaliado (por assim dizer).
Podes achar que “Foi sempre isso que disseram de mim. Como tal, deve ser verdade!” Mas vamos pensar um bocadinho juntas, pode ser? O que aconteceria se nunca tivesses ouvido que não és boa a cozinhar? O que aconteceria se em criança, nunca tivesses ouvido a palavra “gorda”? Será que a conversa na tua cabeça seria diferente?…
2. Ela não é tua amiga. Ela aparece de mansinho, com um tom conselheiro e cheia de boas intenções para evitar que não te magoes… Mas o que realmente a move é o medo dela de situações novas e da Acção! Ele tem medo que faças coisas! Ela só quer que não te mexas, quanto mais parada estiveres, mais contente ela fica…
Eras capaz de ser amiga de uma pessoa assim na vida real? De estar 24 sob 24 horas com alguém a dizer-te para não ires, não fazeres, não mexeres que o mundo podia acabar?
3. Criaste uma voz muito teimosa e persistente. No entanto, há maneiras de lhe tirar poder…
Se algum dia já agiste apesar dos gritos que ela deu dentro da tua cabeça, os meus sinceros parabéns! Mostra muita força de vontade da tua parte e estás certamente a percorrer um bom caminho. 🙂
O que normalmente acontece se tentares convencer essa voz de que ela está errada é que ela vai arranjar sempre novas justificações pelas quais não deves arriscar…Qual é a solução? O solução é retirar-lhe poder! Retirar até que ela apenas surja quando é efectivamente necessário (como estarmos a pensar atirarmo-nos de uma ponte!…)!
Um dos exercícios que mais recomendo às minhas clientes tem este início:
Pensa comigo: a voz está dentro da tua cabeça. Criaste algo com opiniões fortes e uma voz que te faz tremer. Vou-te pedir que faças um esforço e que lhe dês também um corpo. Mas atenção! O corpo precisa de ter alguns ponto-chave:
– Tem de ter o máximo de cores e padrões que consigas imaginar!
– Tem de ser algo parvo e que te faça rir!
Ao atribuirmos um corpo engraçado e ridículo a essa voz, vamos tirar-lhe poder!
Se imaginares a tua voz inoportuna como um bôbo da corte, que autoridade tem ele para lhe dizer que vai fazer figuras ridículas? Se imaginares que a voz é um pequeno ET verde viscoso com manchas laranjas, o que sabe ele sobre se é arriscado mudar de carreira?
Absolutamente nada! A partir do momento em que há um corpo associado a uma voz, já a conseguimos questionar, pôr em causa e não aceitar o que ela diz como verdade absoluta.
Para finalizar e tendo em conta o título do artigo consegues imaginar o passo seguinte? 😉Conta-me! Como é o corpo que ofereceu à sua voz e como é que ela se chama? 😉 Fico a aguardar o seu comentário!:)
PS: Também funciona muito bem repetir o que essa vozinha te disse como se estivesses a falar pelo nariz ou com a voz do Pato Donald... Quem conseguir ouvir o Pato Donald a dizer “mas quem achas que és?” e não se rir, que se chegue à frente!;)
Pois a voz que me faz essas maldades para mim é como o tal bobo da côrte que só faz disparates, figuras ridículas para entreter quem mais nada tem para fazer. Quanto ao nome ainda não escolhi, mas qd tiver eu digo. Achei muito interessante esta abordagem e fez-me recordar um artigo q li num jornal há 15 dias que tinha como titulo “mata o papagaio” que se referia àquela voz que nos sussurra ao ouvido sempre que pensamos em ir fazer algo em nosso proveito e nos faz travar. O artigo terminava com a frase “mata o papagaio com os tiros que forem necessários”. É o tal parvalhão do bobo que vem à nossa mente travar o nosso sonho e dar uma imagem errada da pessoa que somos.